Síndico na quarentena: quais os desafio do isolamento social?
No momento em que nos é imposto um desafio como o Covid-19, sem precedentes, vários aspectos de nossa vida têm de ser adaptados. O convívio social em condomínios de moradia precisou ser repensado, algo que até então parecia banal passou a ser fundamental para que outro estivesse seguro.
Nesse contexto, o síndico tem papel importante durante a quarentena, para gerir e propor ações, ou mesmo para que as regras sejam cumpridas.
São os novos tempos que necessitam de adaptações para que todos fiquem bem.
No texto, vamos tentar detalhar os aspectos a serem levados em conta para amenizar o desafio do síndico no condomínio em tempos de quarentena e isolamento social. E com isso algumas medidas de proteção serem tomadas
Isolamento social
Enquanto os cientistas do mundo todo não encontram a vacina ou um tratamento para ajudar nos males causados pela doença, o isolamento social é dito como melhor solução.
Mas junto do isolamento propriamente dito, o distanciamento social e o uso de itens de segurança são também fundamentais.
Desde que se mantenha a distância e siga os cuidados de higiene sugeridos pela Organização Mundial de Saúde, o condomínio pode aceitar a movimentação das pessoas em suas áreas comuns.
Restrições em condomínios durante a quarentena
Mesmo que o ideal seja nos mantermos em casa, desde que possível, há momentos que isso não é possível. Por exemplo, a retirada de lixo das moradias, a saída dos apartamentos para adquirir itens nos supermercados ou farmácias, o caminho até o carro, ou mesmo até a rua a pé. Como visto anteriormente, situações que podem parecer simples e que nunca antes foram avaliadas, agora temos de prever em um plano de ação para diminuir contato físico entre moradores e com superfícies dos condomínios.
O grande desafio é, restringir movimentação e acesso a áreas comuns.
O que pode ser feito para ajudar
O síndico tem poder para agir, primeiro, de acordo com o Código Civil brasileiro, e em segundo lugar, de acordo com as convenções internas do condomínio.
O papel do síndico é fundamental para que sejam equilibrados os atos em defesa do interesse geral, mas que não ponha nenhuma pessoa em risco desnecessário.
Cabe a ele definir prioridades nessa situação e o que pode ajudar sem ferir a individualidade de cada morador, sem dificultar a vida da coletividade.
Ações simples podem ser tomadas sem necessidade de grandes mudanças na rotina do condomínio:
- Cuidados com a higiene nas áreas comuns dos condomínios e edifícios.
- Limpeza constante dos elevadores, maçanetas, corrimões, botoeiras de entrada e saída.
- Disponibilizar álcool gel na entrada, e até mesmo nos elevadores.
- Cartazes informativos nos murais com dicas e informações da doença.
Além destas, há ações que o síndico pode propor a fim de evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Instaurar a proibição do uso de áreas de maior concentração de pessoas. Como exemplo a piscina, salão de festas e de jogos, academias internas, churrasqueiras e quiosques, etc.
É importante deixar claro para todos que estas são medidas preventivas, e que o cumprimento só irá fazer bem para o coletivo.
Outras atribuições do síndico no momento da quarentena
É também dever do síndico avaliar aspectos mais amplos que não só a concentração de moradores ou de higiene.
Assim, precisa ser verificado como será a presença de jardineiros, equipe de limpeza e de segurança dentro da estrutura.
Ou então, como se dará a regra para a entrada de serviços de tele entrega de alimentos e remédios. E mais importante ainda, se o condomínio aceitará ou não visitantes, familiares e o modo de registro destes na entrada para os apartamentos e áreas comuns.
Ainda, se será possível realizar mudança de residência, e possíveis alterações dos moradores.
E claro, a fim de promover uma assembléia interna, tentar da melhor maneira possível realizar com afastamento físico dos presentes, ou de forma online.
O síndico como mediador em tempos de quarentena
Quem mora em condomínio, sabe que o papel do síndico é muito importante.
O representante de todos os moradores, sempre teve uma responsabilidade muito grande. E dependendo do tamanho do condomínio, conta também com ajuda de uma administradora.
Mas neste momento, sua participação se faz ainda mais necessária.
Nem sempre a vida em vizinhança acontece como as regras que foram propostas. Em uma situação única, podem acontecer ainda mais divergências. É nesta hora que o síndico deve atuar como mediador em tempos de quarentena.
Problemas comuns que podem ocorrer no condomínio
Como a quarentena tende a mexer com nosso relógio biológico. Isso pode acontecer das pessoas trocarem o dia pela noite, e o barulho pode surgir em horas inapropriadas.
Além disso, cuidado ao utilizar de meios eletrônicos para a distração dentro de casa. O volume de música e televisão deve ser sempre alinhada ao que a Convenção Interna definiu.
Outra situação que está bem presente nestes tempos, é o uso das lives de Instagram, YouTube ou Facebook. Isto também pode proporcionar barulhos desnecessários.
Até porque, há muitas pessoas que estão em home office neste momento e precisam de tranquilidade para desempenhar seu trabalho. O mesmo se diz das crianças pequenas que estão junto dos pais em casa e que são mais suscetíveis a barulhos externos.
No caso de algum morador realizar uma confraternização de vizinhos neste momento ou até de convidados externos, é o síndico quem deverá comunicar que o risco de contágio nessa situação é aparente. Bom senso sempre.
Cada um fazendo sua parte na quarentena
Como toda sociedade equilibrada e ciente da coletividade, este momento tem nos colocado em prova o quanto estamos alinhados com o nosso próximo.
Nesse caso, pode ser o nosso vizinho. Respeito e empatia são um reflexo de que podemos ser melhores.
Estamos lidando com um desafio em esfera global. Que não depende única e exclusivamente do síndico, das entidades públicas, ou do outro no apartamento ao lado do nosso… mais de cada um de nós.
Sairemos mais fortes desse momento: mais solidários, mais amigos, respeitosos e afetuosos. Com a capacidade de melhorar o nosso lar e o nosso país e mundo.